Os Aliados tinham iniciado o bloqueio a Ciudad Rodrigo. Apesar disso, esta praça foi abastecida pois uma força consideravelmente mais numerosa que os Aliados, constituída por tropas do Exército de Portugal e do Exército do Norte, sob o comando do Marechal Marmont, garantiu não apenas o abastecimento mas ainda que as tropas de Wellington fossem obrigadas a recuar (temporariamente) para o território português. Foi nesse âmbito que se travou o Combate de El Bodón a 25 de Setembro de 1811 e, dois dias mais tarde, os combates de Aldeia da Ponte.
No dia 9 de Outubro de 1811, com o Quartel General em S. José de Riba-Mar, era publicada a Ordem do Dia de Beresford que, por sua vez, transcrevia a Ordem do Dia de 2 de Outubro de Wellington. Trata-se de uma descrição dos acontecimentos em El Bodón que vale a pena ler. Nesta transcrição foi actualizada a ortografia e trancreve-se a parte em que se descrevem os combates.
Quartel General de S. José de Riba-Mar 9 de Outubro de 1811
ORDEM DO DIA
Ordem do Dia de 2 do corrente de S. Ex.ª o Sr. Marechal General
O Comandante das Forças deseja atraír a atenção do Exército sobre o comportamento do 2º Batalhão do Regimento 5, e do 77; do Regimento 21 Português, e da Artilharia Portuguesa do Major Arentschild, debaixo do Comando do Hon. Major General Colville, e do 11 de Dragões ligeiros, e 1º de Hussardos debaixo das Ordens do Major General Alten na acção que houve com o Inimigo em 25 do mês passado. Estas tropas foram atacadas por 30 a 40 Esquadrões de Cavalaria, com seis peças de Artilharia, sustentados por uma Divisão de 14 Batalhões de Infantaria, e Artilharia Competente.
Os Soldados Artilheiros Portugueses preferiram ser acutilados junto às suas peças, a desampará-las, mas o 2º Batalhão do Regimento 5 atacou a Cavalaria, que tinha tomado as Peças, e as retomou. Ao mesmo tempo o Regimento 77 foi atacado em frente por outro Corpo de Cavalaria, sobre o qual avançou, e o repeliu.
Enquanto se praticavam estas acções, a Brigada do General Alten, de que somente ali haviam três Esquadrões, combatia na esquerda com um número, que lhe era infinitamente superior. Estes esquadrões atacaram repetidas vezes, sustentando-se mutuamente, e tomaram mais de 20 Prisioneiros; e teriam conservado o seu posto, apesar da imensa superioridade do Inimigo, se o Comandante das Forças não tivesse mandado retirar as Tropas, vendo, que o combate se tornava ainda mais desigual, pois que provavelmente entraria nele a Infantaria Inimiga, antes que chegassem os Reforços que se tinham mandado ir para sustentar o Posto.
As Tropas então se retiraram com o mesmo decisivo valor, e naquela mesma boa ordem, com que tinham conservado o seu posto, em dois quadrados, um composto dos segundos Batalhões do Regimento 5, e 77; outro do Regimento 21 Português, sustentados pela Cavalaria do General Alten, e Artilharia Portuguesa. A Cavalaria Inimiga atacou as três faces do quadrado da Infantaria Britânica, mas foi repelida; e conhecendo, que eram infrutíferas as suas repetidas tentativas, e que aquelas valorosas Tropas não podiam ser rotas, contentou-se de as seguir de longe, e de lhes fazer fogo com a sua Artilharia, até que as tropas se reuniram ao resto da 3ª Divisão e foram depois sustentadas por uma Brigada da 4ª Divisão.
Ainda que o Regimento 21 Português não foi efectivamente atacado pela Cavalaria, a sua firmeza, e valor foi evidente; e o Comandante das Forças observou com prazer a ordem, e regularidade, com que foram feitos os seus movimentos, e a confiança, que todos mostraram ter nos seus Oficiais. …